Exposição artística inédita traz os ODS para o Metrô de SP
- Amanda Furniel
- 1 de jul.
- 5 min de leitura
“O Futuro que Queremos” utiliza da arte para espalhar conhecimento e conscientização sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Do dia 1 de julho até dia 3 de agosto, a Estação República do Metrô de São Paula será casa da exposição “O Futuro que Queremos”, uma iniciativa que reúne 17 obras de arte de artistas brasileiros que representam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A mostra busca promover uma reflexão sobre a responsabilidade individual e coletiva em torno do desenvolvimento sustentável.
A iniciativa utiliza a arte para espalhar conhecimento sobre os ODS no ano em que o Brasil sediará a COP30. Ao ser exposta na estação de metrô, a mostra democratiza o acesso às obras e à informação, inserindo o tema no cotidiano de quem utiliza o transporte público. Para a curadora do evento, Soraya Galgane, o conhecimento e a compreensão é o primeiro passo para uma mudança de atitude em prol do planeta.
A curadoria da exposição se certificou de incluir artistas que representam a diversidade brasileira, abraçando indígenas, idosos, população não branca, homens, mulheres e um coletivo, além dos autores serem de diferentes regiões do país e trem seus trabalhos expostos nacional e internacionalmente.
Quem parar para conhecer a exposição irá se deparar com diferentes técnicas artísticas, desde colagens, nanquim e, até mesmo, bordados e técnicas mistas. Cada uma das 17 obras de arte selecionadas irá abordar um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável exclusivamente. Conheça um pouco sobre cada artista e seu trabalho que será exposto:
Erradicação da Pobreza por Diego Brandão (Manaus-AM, 2004): em fotografia digital, ele trabalha a imagem com foco na erradicação da pobreza através da educação. O artista é conhecido por registrar a periferia brasileira, promover inclusão social e a valorização cultural. Seu trabalho foi exibido em exposições e eventos como o TEDxAmazônia.
Fome Zero e Agricultura Sustentável por Brunna Mancuso (São Paulo-SP, 1988): utilizando aquarela sobre papel e finalização digital, a artista explora temas como o feminino e a natureza. Com 20 anos de experiência, Brunna desenvolveu um trabalho autoral que convida à reflexão.
Saúde e Bem-estar por Bruna Alcantara (Jacarezinho-PR, 1988): jornalista e artista visual, sua obra "O futuro é feminino" emprega aquarela sobre papel e finalização digital. Ela aborda o movimento feminista e questões sociais em seu trabalho, com participações em eventos nacionais e internacionais, como LambesGoia de Goiânia e Cheap Street Poster Art Festival de Bolonha. E já teve seu trabalho em exposições individuais e coletivas em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e em países como Portugal, Itália e Áustria.
Educação de Qualidade por Mateu Velasco (Rio de Janeiro-RJ, 1980): na obra "Um passeio pelo mundo livre", o artista utiliza desenho analógico e finalização digital. Seu trabalho foi exibido em galerias de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Los Angeles e Paris.
Mateus Veloso | Exposição O Futuro que Queremos - Obra Educação de Qualidade por Mateus Velasco Igualdade de Gênero por Alexandre Lopes da Silva Soares (Criciúma/SC, 1984): o artista visual e designer gráfico vem pintando nas ruas e explorando diferentes estilos desde 1999. Influenciado pelo hip hop e espiritualidade, seu objetivo é criar espaços de arte que sejam acessíveis a todos e quebrem barreiras sociais.
Água potável e Saneamento por Bruna Serifa (São Paulo-SP, 1989): é letrista e muralista, e usa a potência das palavras como ferramenta artística para criar canais de reflexão e diálogo com a cidade. Da pintura de murais em grande escala a criações digitais, ela busca trazer mensagens de impacto, por meio de artes coloridas onde o lettering é o principal protagonista. Já pintou em diversas cidades do Brasil, além do Peru, Colômbia, Costa Rica, Panamá e EUA - California e Austin. Em 2022, ganhou o prêmio Artista Engajada pela ONG Pimp My Carroça.
Energia Acessível e Limpa por Ogbá (Ipiaú-BA, 1982): em sua obra RenovAção, o artista utiliza tinta acrílica e nanquim sobre papel para expressar sua arte. É o fundador do Coletivo Os GDV e sua inspiração sempre foi sua ancestralidade preta, o cotidiano de São Paulo, a cultura nordestina e as pessoas que marcaram a sua história, além da realidade brasileira e as brincadeiras populares que fizeram parte da sua infância.
Trabalho Decente e Crescimento Econômico por Coletivo Coletores (São Paulo-SP): fundado em 2008 por Toni Baptiste e Flávio Camargo, o Coletivo Coletores aborda temas como periferias, apagamentos históricos e o direito à cidade. Com exposições em espaços como o Museu da Língua Portuguesa e a Bienal de Arte Contemporânea de Dakar, também atua em arte-educação e direitos humanos, colaborando com instituições e coletivos diversos no Brasil e no exterior. Já foi contemplado com o prêmio ProAC por histórico em artes visuais 2021 e ganhou o Prêmio PIPA 2022 e o Prêmio artistas de impacto 2023.
Indústria, Inovação e Infraestrutura por Felipe Borges (São Paulo-SP, 1983): o primeiro contato do artista com o Graffiti foi em meados do ano de 1998 sob a influência da cultura Hip Hop. Durante o tempo e os processos na arte, desenvolveu um estilo e traços únicos que são de fácil identificação para quem à observa.
Redução das Desigualdades por Dinha Ribeiro (Recife-PE, 1987): a artista visual e produtora cultural apresenta ilustração digital que reflete a luta da mulher negra. Sua trajetória inclui exposições e intervenções artísticas no Brasil e em países como EUA, Peru e Chile.
Cidades e Comunidades Sustentáveis por Skarlati Kemblin (Manaus-AM, 1995): é artista visual, arte-educadora e pesquisadora, Skarlati constrói uma poética que parte do corpo em trânsito pela cidade, atravessando experiências urbanas, espirituais, culturais e afetivas. Sua produção é também um exercício de autoestima e liberdade, explorando o cotidiano como campo sensível e político. Atua com fotografia, pintura, colagem, audiovisual e grafite, criando imagens que refletem suas vivências e movimentos.
Consumo e Produção Responsáveis por Flavia Mielnik (São Paulo-SP, 1982): é graduada em Educação Artística pela FAAP-SP e pós-graduada em Arte Investigación y Creación pela Universidade Complutense de Madri. Muitos de seus trabalhos emergem de circunstâncias comunitárias específicas ligadas a uma determinada localidade, concebendo narrativas, que originam materialidades gráficas e poéticas e indagam sobre a documentação de histórias e a construção de memórias coletivas.
Ação contra a Mudança Global do Clima por Yacunã Tuxá (Floresta-PE, 1993): indígena do Povo Tuxá, a artista visual e ativista apresenta a ilustração digital "Posso ouvir o pulsar da terra quando canto", destacando o movimento indígena protagonizado por mulheres. Atualmente, trabalha e cursa o bacharelado em Artes Visuais na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Vida na Água por Wagner Kuroiwa (Garça-SP, 1946): artista plástico brasileiros conhecido por seus desenhos e pinturas de cores vibrantes e ricos em detalhes. Ele utiliza técnicas diferentes e, por muitas vezes complementares, como acrílico sobre tela, giz pastel, aquarela, bordado, entalhes em madeira e até mesmo raio-X.
Vida Terrestre por Auá Mendes (Manaus-AM, 1999): indígena do Povo Mura, Auá é designer gráfica, ilustradora e muralista. Sua ilustração digital "Transcestralidade originária" faz parte de um portfólio que inclui colaborações com empresas e instituições culturais. Já desenvolveu projetos para a Shell, Banco do Brasil, Converse Br, Tok Stok, Natura, Hersheys, Google Brasil, entre outros.
Paz, Justiça e Instituições Eficazes por Cadumen (Nova Esperança-PR, 1969): artista urbano utiliza colagem em sua obra "Asa Branca". Seu trabalho aborda as origens indígenas e a importância da natureza, com murais e exposições em diversos países.
Parcerias e Meios de Implementação por Calvet (Nova Iguaçu-RJ 1998): Juan Calvet é um multiartista com trabalhos que misturam cor, afeto e crítica social para retratar o cotidiano das periferias, com foco nas vivências negras e suburbanas. Já expôs no Museu de Arte do Rio e transforma memória, cidade e identidade em potência visual. Sua arte nasce da ausência de representatividade nos espaços onde cresceu e se afirma como uma linguagem de existência, resistência e conexão com quem vive às margens.
Com realização da Pink Produções, “O Futuro que Queremos” utiliza a arte para conscientizar o público sobre os ODS, e conta com o patrocínio da Klabin - maior produtora e exportadora de papéis para embalagens e soluções sustentáveis em embalagens de papel do Brasil, via Programa de Ação Cultural (ProAC). Após o seu período na Estação República do Metrô, a exibição será levada para a Estação Clínicas, onde ficará do dia 5 a 24 de agosto de 2025.
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