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Marina Silva deixa uma audiência no Senado após ser desrespeitada

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    Atitude Sustentável Sa
  • 28 de mai.
  • 3 min de leitura

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima sofreu uma série de ataques machistas durante uma sessão Comissão de Infraestrutura do Senado.

Por Amanda Furniel 



Nesta terça-feira (27/05), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva abandonou uma audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado após ser alvo de declarações machistas por parte de alguns senadores presentes. Ao cumprimentar a ministra, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou que queria separar a “mulher da ministra”, pois uma mulher “merece respeito” e a ministra, não.


“Ministra Marina, que bom reencontrá-la. E ao olhar para a senhora, eu estou vendo uma ministra. Não estou falando com uma mulher. Porque a mulher merece respeito, ministra não. Por isso que eu quero separar”, disse o senador e líder do PSDB no senado. Marina prontamente cobrou um pedido de desculpas e, diante do descaso e recusa de Plínio em se retratar, se abandonou a sessão.  


A ministra do meio ambiente foi convocada pela comissão a partir de um requerimento do senador Lucas Barreto (PSD-AP), para esclarecer o projeto de criação de uma unidade de preservação marinha na Margem Equatorial, local onde a Petrobras pretende explorar petróleo na região norte do país. Esse projeto está alinhado diretamente com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14 da Agenda 2030 da ONU, que visa "conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável". 


Lucas Barreto expõe estar preocupado que a criação dessa unidade de preservação poderá impossibilitar a prospecção e exploração do petróleo. Junto com o senador, o Planalto e parte da base governista apoia a exploração dessas áreas, enquanto Marina defende que a liberação depende uma análise técnica do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para mapear os riscos ambientais.  


A sessão desta terça-feira no Senado foi marcada por uma séria de declarações machistas e ofensivas direcionadas à ministra Marina Silva. Em um outro momento, o senador Marcos Rogério (PL-RO), presidente da comissão, chegou a cortar o microfone da ministra e interrompê-la diversas vezes. Ao reagir as ofensas, o senador disse que a ministra “deveria se pôr no seu lugar”, Marina respondeu que ele gostaria que ela fosse uma mulher submissa – algo que ela não é. “Eu tenho educação, sim. O que o senhor gostaria é que eu fosse uma mulher submissa. Eu não sou. Eu vou falar”, respondeu a ministra.  


Apesar de tentar retirar a fala machista, o presidente da comissão foi criticado por parlamentares presentes. Rogério Carvalho (SE), líder do PT no Senado, defendeu a ministra e apoiou a sua decisão de deixar a audiência, já a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) acusou Marcos de atitudes machistas.  


Mas não foi apenas alguns dos parlamentares presentes que defenderam Marina, outras ministras e, até mesmo, a primeira-dama prestaram seu apoio. A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, expôs o episódio como lamentável e misógino, “Toda a minha solidariedade e apoio à Marina Silva, liderança política respeitada e uma referência em todo o mundo na pauta do meio ambiente. É preciso que haja retratação do que foi dito naquele espaço e que haja responsabilização para que isso não se repita”, declarou a ministra das mulheres.  


Já a primeira-dama, Janja da Silva, usou suas redes sociais para demonstra apoio a Marina Silva, “Sua bravura nos inspira e sua trajetória nos orgulha imensamente. Uma mulher reconhecida mundialmente por sua atuação com relação à preservação ambiental jamais se curvará à um bando de misóginos que não têm a decência de encarar uma Ministra da sua grandeza”.  


Ao deixar a sessão, Marina relatou a jornalistas que se sentiu agredida por todas as falas ofensivas direcionadas a ela, "Fui agredida fazendo o meu trabalho tecnicamente", afirmou, "Hoje ele [Plínio Valério] chega lá numa sessão em que fui convidada como ministra do Meio Ambiente e diz que ia fazer uma separação entre a mulher e a ministra, que a mulher deveria ser respeitada e a ministra não." 




Imagem:

Imagem de capa | créditos: Geraldo Magela/Agência Senado 

 
 
 

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