Rio Grande do Sul lida mais uma vez com fortes chuvas e inundações

Estado enfrenta novas enchentes com mortos, milhares de desalojados e municípios em estado de calamidade

Nesse último mês de junho, o estado do Rio Grande do Sul passa por mais um grande sufoco. A região está enfrentando fortes chuvas, que resultam em vastas áreas de inundação e pessoas desabrigadas e vulneráveis.  

Até a data em que essa matéria foi redigida, os dados divulgados contam mais de 9 mil pessoas fora de suas casas, 5 mortes e um desaparecimento. A Defesa Civil relata que 155 dos 497 municípios relataram danos severos e 10 deles declaram estado de emergência.  

Mais uma vez o sul do país passa por estado de calamidade. Entre o final de abril e o mês de maio de 2024, o Rio Grande do Sul enfrentou a maior tragédia climática de sua história. O grande volume de chuvas provocou enchentes em escala nunca vistas, os dados oficiais são alarmantes: 183 pessoas perderam a vida, 2,4 milhões de gaúchos foram afetados e 478 dos 497 municípios do estado registraram algum tipo de impacto. Em diversas cidades, bairros inteiros foram submersos, pontes e estradas destruídas, e a infraestrutura urbana, colapsada. 

O governador Eduardo Leite destacou que, embora o estado esteja "mais preparado" depois das lições de 2024, com investimento em dragagem e equipes reforçadas, este novo desastre expõe lacunas na gestão urbana, como ocupações em áreas de risco, deficiências no sistema de drenagem e sistemas de alerta ainda frágeis.  

Reprodução do Jornal Nacional

O governo estadual anunciou a liberação de R$ 60 milhões em caráter emergencial, metade desse valor será destinada à recuperação de estradas estaduais por meio do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), enquanto os outros R$ 30 milhões serão repassados diretamente às prefeituras de municípios que decretaram situação de emergência.  

As gestões municipais têm atuado na abertura de abrigos, organização de centros de doação e articulação com os governos estadual e federal para acelerar o recebimento de recursos e reforço operacional. 

Até o momento, o governo federal reconhece oficialmente 123 municípios como afetados pelas chuvas, onde mais de 109 mil pessoas estão sendo assistidas. As ações incluem fornecimento de kits de ajuda humanitária, água potável, colchões, cestas básicas e apoio técnico para mapeamento de risco e emissão de novos alertas meteorológicos. 

A assistência à população afetada tem mobilizado diferentes esferas do poder público, além de iniciativas da sociedade civil e de redes de voluntariado. A Defesa Civil, em conjunto com os governos estadual e federal, tem atuado na evacuação de áreas de risco, distribuição de mantimentos e organização de abrigos temporários. Estão sendo distribuídos cestas básicas, kits de higiene, roupas e colchões por meio de centros de arrecadação e instituições parceiras. O Exército Brasileiro também auxilia na logística de entrega de suprimentos e no resgate de pessoas ilhadas. Em Porto Alegre e na região metropolitana, escolas e ginásios foram adaptados como abrigos provisórios, enquanto voluntários atuam no acolhimento psicológico e apoio jurídico.  

As tragédias climáticas que têm se repetido no Rio Grande do Sul não são eventos isolados, elas são sintomas de uma emergência ambiental cada vez mais evidente. O Brasil já enfrenta os efeitos da séria crise climática que se alastra pelo planeta.  

Lembre-se no cenário atual do Rio Grande do Sul, toda pequena ajuda é um grande gesto de empatia e solidariedade. Contribuir com doações de alimentos não perecíveis, roupas, materiais de higiene e colchões pode ser um ato simples, mas de grande impacto para aqueles que perderam tudo nesse último mês. Procure pontos de doações e canais oficiais para saber como pode ajudar!