Empresas e Meio Ambiente: o papel estratégico da agenda ESG nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
- Amanda Furniel
- 5 de jun.
- 3 min de leitura
Atualizado: 18 de jun.
No Dia Mundial do Meio Ambiente, refletimos sobre o papel decisivo do setor empresarial na preservação dos recursos naturais e no enfrentamento da crise climática
Por Amanda Furniel

O dia 5 de junho é marcado pela celebração do nosso PLANETA! O Dia Mundial do Meio Ambiente é um dia para refletir, debater, agir e promover mudanças para a saúde ambiental do mundo em que vivemos. É um alerta global que convida governos, sociedade civil e, especialmente, o setor produtivo, a refletirem sobre o impacto de suas ações. A Agenda 2030 está batendo na porta a pressão para que as empresas adotem iniciativas ESG para contribuírem com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) cresce a cada dia.
O Dia Mundial do Meio Ambiente nasceu em 1972, quando o mundo acordou para a urgência de crias medidas para preservar o planeta. O ano também foi marcado pela Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente, o primeiro grande encontro internacional focado exclusivamente na proteção ambiental. Como resultado dessa conferência, a Assembleia Geral das Nações Unidas instituiu a data comemorativa que celebramos hoje e, também, criou o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA).
Anos depois, a ONU criou a Agenda 2030, composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e estabelece metas claras para uma economia mais justa, inclusiva e regenerativa. Entre esses objetivos, pelo menos 6 deles estão ligados diretamente ao meio ambiente:
ODS 6 – Água potável e saneamento
ODS 7 – Energia limpa e acessível
ODS 12 – Consumo e produção responsáveis
ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima
ODS 14 – Vida na água
ODS 15 – Vida terrestre
Os ODS, junto com agenda ESG, são um guia de por onde começar para as empresas. Um dos principais pilares do ESG é a preservação ambiental e responsabilidade sobre os impactos causados pelo mundo corporativo. Estudos recentes confirmam que apenas 57 entidades, entre elas grandes empresas mundialmente conhecidas, foram responsáveis por 80% das emissões globais de CO₂ entre 2016 e 2022. Os setores mais emissores incluem energia (34%), indústria (24%), agricultura e uso da terra (22%), transporte (15%) e construção civil (6%).
Segundo o Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2024 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), é necessário reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa em 42% até 2030 e 57% até 2035, em comparação com os níveis de 2019, para limitar o aquecimento global a 1,5°C. Caso essas metas não sejam alcançadas, o relatório projeta que a temperatura média global poderá aumentar entre 2,6°C e 3,1°C até o final do século, o que teria consequências devastadoras para o planeta e a humanidade.
O setor privado tem a obrigação de transformar esse cenário alarmante. Nos últimos anos, o peso da responsabilidade ambiental deixou de ser apenas uma questão reputacional para se tornar um fator estratégico de sobrevivência e competitividade. Investidores, consumidores, governos e até talentos profissionais exigem das empresas ações concretas, e não apenas discursos. Neste cenário, as lideranças empresariais ocupam um lugar central. CEOs e conselhos de administração têm a capacidade de influenciar cadeias de suprimento inteiras, redirecionar investimentos, adotar metas baseadas na ciência e incorporar critérios ambientais ao core business. Empresas que desejam avançar com consistência na agenda ambiental devem considerar:
Adotar metas climáticas baseadas na ciência (SBTi) e integrar critérios de sustentabilidade nas decisões estratégicas;
Implementar economia circular, reduzindo resíduos e priorizando materiais recicláveis ou reutilizáveis;
Avaliar e mitigar impactos sobre a biodiversidade, incorporando esse tema aos relatórios de sustentabilidade;
Criar indicadores ambientais claros (emissões, consumo hídrico, áreas reflorestadas) e auditar periodicamente;
Mais do que uma data simbólica, o Dia Mundial do Meio Ambiente deve ser um lembrete da urgência e da responsabilidade corporativa. Em um cenário de riscos climáticos e exigências crescentes de investidores, consumidores e reguladores, empresas que liderarem a transformação ambiental estarão mais preparadas para o futuro — e para os negócios.
Comentários